BlogBlogs.Com.Br

sábado, 15 de outubro de 2011

Vodka

Bebo - descubro que não presto.
Sinto o descompasso.
As portas vazias.
A luz feita de sombras.
E o desprezo.
O seu olhar de desprezo.
Vivo em fantasia.
Sexo puro com gelo.
Sêmen vermelho.
Ligo e você não atende.
Mando mil mensagens.
Escrevo.
E deleto tudo.
Sinto o meu em pedaços.
E nada.
Sem mais.
Ponto.
Ponto final.

domingo, 3 de julho de 2011

Mande flores...

Mande flores. Na dúvida mande flores. Foi a mensagem lida na embalagem de um bombom. E com essa frase tão clichê começo o dia. Um sábado qualquer. Um sábado medonho, de clima estranho numa repartição estadual.
Escrevo por sobra de tempo, por desespero, por demência. Sou um funcionário público dos velhos tempos, de velhos hábitos e futuro incerto. Vivo de lembranças. E particularmente, no dia de hoje, sinto-me mais saudosista do que de costume.
Queria te ver, mas não consigo. Queria te tocar, mas é proibido.
E assim escrevo. Sublimo os meus desejos. Cuido dos meus sentimentos como quem cuida de uma linda roseira, jogando água filtrada em terreno sadio, num local arejado e de muito sol. 
Jogo com as palavras porque elas me perturbam. Jogo com a minha vida porque ela se esvai e eu vou junto.
Você não me entende? Prefiro as mensagens cifradas. A escuridão do texto. Nada de abordagens óbvias - já dizia o poeta. Quero que você morra, ficou claro?
Ontem, uma sexta-feira de sol esquisito, foi o dia da minha vingança. Depois de tantas e tantas desilusões, foi a vez de dar o troco. Cansei de aturar os seus desaforos. E escrevo.
Soltei a minha raiva. Coloquei tudo pra fora. Mas nada de agressão. Nada de violência.
Apenas não compareci, ou melhor, fugi da sua presença. Não atendi suas ligações. Não respondi suas mensagens. E tal uma sombra escapuli pelas ruas, sem destino, sem vergonha.
Quero tornar as minhas palavras um exemplo de vida. Quero que alguém as leia no ano de 2025 e aprenda algo com elas. Para não cometer os mesmos erros e sofrer desnecessariamente. Para conseguir levar um dia a dia mentalmente mais saudável. Menos medo, menos prazer, menos tudo. E assim escrevo.
Poderia te ligar hoje. Poderia sair a esmo e te encontrar. E meio sem jeito, diria bobagens, palavras sem nexo e desculpas furadas. Tentaria uma reconciliação em desvario. Um sonho alucinado sem retorno e sem respostas. Como a vez que fui ao seu apartamento e você fingiu não estar presente. Mas o olho mágico não mente e a contraluz por baixo da porta serve como prova. A justiça tarda, mas não falha.
Queria te ver um pouco, quase nada, talvez menos.
 (to be continued...)

Un vestido y un amor - Fito Páez & Julieta Venegas

domingo, 24 de abril de 2011

Nada me atrai. 
Nada me provoca. 
Continuo à deriva. 
E uso as palavras como alimento.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Amaral - Toda La Noche En La Calle

sábado, 16 de abril de 2011

Parte de mim

Parte de mim ri à toa.
Sem juízo e sem alarde. 
Usa o verbo como alimento e a escrita 
em forma de sabre. 
Sim, vive num eterno desabafo, encabulado.
Bem no meio da ponte e do frio.
Numa tarde que tarda.

The BRIT Awards 2011 - Adele sings Someone Like You

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sujeito Oculto

Tencionava te escrever. 
Mas nada mais me atrai. Ninguém mais me provoca. Tudo é verso, brisa e eu vivo de prosa. Na beira, oculto e à deriva.

domingo, 13 de março de 2011

Da série: Poemas de Final de Verão


“Solto minha alma no espaço
à procura de um bem sempre eterno
E a alma me retorna
com um pouco de céu e de inferno”
Omar Kayan foi um poeta nascido há mais de 900 anos na Pérsia.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quarta-feira de Cinzas

A melancolia não cabe mais neste meu corpo.
Tal é a aflição e o desespero.
De querer muito e não poder quase nada...

terça-feira, 8 de março de 2011

Um Bom Ano (A Good Year)



"Pardonne mes lèvres, elles trouvent du plaisir dans les endroits les plus inattendus"
Volto rapidamente para este blog, apenas para marcar presença em pleno carnaval.
Não morri, não sumi, muito menos tentei suicídio.
Queria ter apenas uma vida menos ordinária.
Queria talvez uma vida de cinema. Queria recitar um poema e viver de escrever...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Por cima do desespero...

Teve um dia, tempos atrás, que fiquei muito perto de desistir de tudo. Após ter recebido um telefonema com péssimas notícias, a vontade de deixar cair o meu corpo e afundar na lama foi muito, muito forte. Coloquei o fone no gancho e senti o meu estômago encolher e desabei lenta, gradualmente. Mas sem saber, caí por cima do meu gato escondido embaixo do edredom. E ele, depois de um desesperado miado de susto, saiu correndo todo esbaforido. Aquilo tudo, aquela cena ridícula, me fez pensar que havia mais uma chance (e que não havia chegado a minha hora ainda).

domingo, 23 de janeiro de 2011

Las chicas de Miraflores

A minha baixa auto-estima tem dessas coisas. Lembro que quando tinha 15 anos vivia a ficar numa praça qualquer de Miraflores, observando "las chicas" saindo da escola. Todas em lindos uniformes: blusa branca, saia xadrez e sapatos impecáveis. Pequenos objetos de desejo (lembrem que tinha apenas 15 anos). Uma paixão e tanto, separada pelo imenso fosso das classes sociais. E mesmo sendo branco, "las chicas"  não teria olhos para um morador da periferia de Lima. Talvez se fosse menos tímido, talvez. 
Eis a explicação para a minha fixação por objetos da classe média alta, por moças de boa família (como eram conhecidas antigamente), por patricinhas, por lindas mulheres que costumam freqüentar o circuito Itaim/Maresias. E é claro que sempre sairei frustrado, magoado e sem pegar ninguém...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O objeto V (II)

Para quem em sã consciência ainda acompanha este blog, informo que em breve voltarei a escrever mais algumas bobagens...
É chegado o momento de falar do meu objeto de desejo atual. Objeto que, de alguma forma, me deu a idéia maluca de entrar nessa história de stalker.
Talvez seja desfeita, raiva ou simples paixão platônica, tanto faz...só sei que sonhei com ela ontem e aquilo pouco que tenho dentro de mim "surtou", ou melhor, falta uma palavra mais adequada para conceituar o meu sentimento.
E aqui entre nós, gostaria de ter como postar uma foto dela. 
Mas não. O rosto dela continuará sendo anônimo. Um sorriso apenas. 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Eu a vi (quase)

Eu a vi há pouco, quase nada. 
Um retrato, talvez.
Olhos pequenos, escuros e o sorriso tímido
de quem me vê e não diz nada.
E em silêncio, quase sem palavras,
vivo, escrevo e te esqueço
em suaves prestações mensais