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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A mãe do Stalker

Falar do Stalker (em se tratando de homens) sem falar da mãe - seria no mínimo  injusto e como diz a letra da canção, estaria faltando um (baita) pedaço. A mãe do stalker é autoritária e prepotente. Age por instinto, sem maldade, mas suas atitudes incoerentes e impulsivas, provocam um nó na cabeça de quem está em formação. Haja paciência para conviver com alguém assim. Muitas vezes,  a forte presença da mãe, eclipsa a figura paterna. Longe de mim, querer insinuar que todo stalker é um gay em potencial. Nada disso. É que a falta de um referencial masculino, torna a vida do stalker uma confusão mental e tanto. Apegar-se a objetos fica mais fácil do que ter que lidar com a dúvida, com o risco de ser rejeitado. Não basta querer obter o reconhecimento materno, é mister superar qualquer expectativa. Ir além e fracassar. E como produto desse purgatório terreno, é inevitável sentir medo de relações mais intensas. O stalker não foi criado para lidar com a incerteza da paixão. A mãe dele fez de tudo para desiludi-lo, para torna-lo insensível e perdedor. E de uma criança castrada e super-protegida, resta o voyeur, o obsessivo, o neurótico e observador. E não querendo generalizar, mas já generalizando - o stalker é o gay que conseguiu sair debaixo da saia da mãe. Mora sozinho, pode até casar e ter filhos, mas dentro dele há a insatisfação permanente, o desejo mal direcionado, a vontade doentia, o apetite de matar a mãe e ir ao cinema (e se for um filme de Woody Allen, mil vezes melhor).

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O objeto V

Faz tanto tempo que não entro por aqui que nem lembro mais se o objeto de desejo é o IV ou V.  Tanto faz. Ando procrastinando o momento de falar sobre isso. Talvez pelo fato dela ser tão atual, tão presente e indiferente...

En la vida...

En la vida todos tenemos un secreto inconfesable, un arrepentimiento irreversible, un sueño inalcanzable y un amor inolvidable (Diego Marchi)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Penumbra



Queria te ver
um pouco, quase nada.
Obsessão, eu sei.
 Obsessão invadida pela penumbra.
Pelo cinza que toma conta do início da noite.
E o medo?
Cadê o desprezo?
Queria te ver
- prometo -
em partes, quase nua
- fazer pouco caso -
de ofensas
gratuitas
e do perdão que
tarda.
Tenho medo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

The Smiths

Uma breve explicação

O posto anterior salpica depressão para todos os lados. E é bom esclarecer que tudo foi escrito no final de uma sexta-feira calorenta e pra lá de cansativa. O cão da depressão voltou pra morder e a sonolência voltou a me fazer companhia. Mas nada melhor do que um sábado de sol regado a muita coca zero e pepsi.
Não sou do tipo que manda flores, não sou do tipo que pede pra esquecerem tudo aquilo que escreveu. Vou deixar o post do jeito que está, apenas corrigir algumas falhas de estilo. E como sei que ninguém irá perceber a diferença, tô pouco me lixando. 
E se você caiu aqui por acaso, não espere poemas de amor e felicidade. Este blog não acredita em tais coisas. Este autor só acredita em objetos de desejo. De pular de galho em galho que nem beija-flor aloprado. Um stalker disfarçado de beija-flor que lê tudo aquilo que ela escreve, dá RT e ri quando
eles se multiplicam. Um beija-flor que se transfigura em rouxinol e que vive a repetir:
Gosto dela além do simples gostar

E o pouco que tenho dentro fica feliz quando a vê.

O objeto IV

Foi uma espécie de feitiço. Estava num bar da moda e a vi de repente, servindo algumas mesas. Uma pequena garota de avental e sapatilhas chinesas. E entre boquiaberto e incrédulo voltei dez anos no tempo e lembrei de uma antiga colega de trabalho. A mesma altura, o mesmo rosto e a beleza simples e marcante. 
Seguiram-se várias visitas ao bar. Pelo menos uma vez ao mês estava lá batendo o ponto. Bebendo vodka e perdendo as estribeiras e o bom senso. Primeiro foram os bilhetinhos, os pequenos presentes. Depois foram as mensagens via Orkut e as visitas ao trabalho que ela tinha durante o dia. Mas é claro que nada disso me serviu de ajuda. A diferença de idade era por demais óbvia e constrangedora. E desisti. Não sou um stalker persistente, apaixonado mas pouco insistente. 
Estou acostumado às recusas femininas. Afinal não sou um cara alto, bonito e sensual. E provavelmente, isso explique a minha fissura pelo twitter, onde as relações com gente desconhecida não me expõem ao ridículo. É melancólico, patético. Pareço mais um ser químico que começa a cheirar mal. Um verme que não tem coragem de enfrentar a vida. De dizer uma palavra apenas: TE AMO com todas as letras. Disfarço o meu fracasso fazendo o papel de um cara sensível que escreve poesias. E tudo não passa de um puta mentira. 
Os meus objetos de desejo deveriam de formar uma associação e me denunciar na delegacia de crimes virtuais. Preciso ser internado, condenado. Ninguém merece ter um stalker tão mediano e medíocre. E muito menos ler as bobagens que escrevo.
Amanheci mais uma vez só
Não sei se continuo vivo
ou sou simplesmente
um ser químico
cheirando mal.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O objeto III

Fiquei sabendo pelo Facebook que o meu objeto de desejo número três casou recentemente. Nada contra. Fiquei chateado apenas pelo fato de não ter sido convidado. Afinal, fomos colegas de trabalho, amigos até.
Mas amizade entre homem (hetero) e mulher sempre acaba mal. E não me peçam para explicar o motivo. 
Só sei que nada sei. Só sei que este blog se continuar como está, irá morrer de inanição. 
Vivia a mandar SMS para o meu objeto de desejo number 3. Era tanta mensagem, tanta bobagem. E fui eu que estraguei tudo.
Faço confusão. Não respeito limites.
Extrapolo. Derrubo. Desiludo.
Poderia ter ficado na minha. Nada de ligar,
nada de continuar mandando mensagens.
Insistência - você paga um preço caro demais.
Poderia ter adivinhado. Poderia ter evitado
tanto assédio. Mas a minha mente de stalker decadente perde-se nas suas próprias justificativas.
E vê sentimentos onde só há interesses.
E como já disse alguém pelos twitter da vida:
"A dor vai, o sofrimento fica."
Domingo em São Paulo. Chuva. Tédio. Uma pontinha de tristeza.
Gostaria de transformar tais sensações em algo produtivo, mas 
Nada me atrai. Nada me provoca. E continuo à deriva.